Ao longo dos anos várias teorias surgiram sobre o que é a Dislexia e qual a sua explicação cientifica.
As principais hipóteses explicativas da dislexia apresentadas não seguem uma ordem específica. Inicialmente, colocámos a hipótese do défice fonológico por ser, atualmente, a mais aceite. De seguida, colocámos a hipótese do duplo défice (HDD) que, muito recentemente, está a ter também muita aceitação no meio científico nacional e internacional.
Hipótese do défice fonológico
A consciência fonológica é uma habilidade que se desenvolve de forma gradual, que se inicia pelo conhecimento de que a linguagem se organiza em palavras, que estas se podem dividir em sílabas e que termina na capacidade de dividir e de manipular cada um dos sons que constituem as palavras faladas.
Há consenso, no meio científico, que o desenvolvimento da consciência fonológica segue este padrão hierárquico, progredindo de unidades sonoras grandes (palavras e sílabas) para unidades intermédias (ataque e rima) até unidades mais pequenas (fonemas) (Teriman & Zukowski, 1991).
O desenvolvimento da consciência fonológica parece favorecer, de forma substancial, a aprendizagem da leitura, sendo inúmeros os estudos que mostram uma relação de causalidade entre competências fonológicas e o nível de desempenho da leitura.
Esta hipótese postula que existe uma perturbação específica na representação, no armazenamento e/ou na recuperação dos sons da fala, o que explica a dificuldade de analisar e representar os diferentes constituintes das palavras.
Hipótese do duplo défice
Quando tentamos caracterizar e explicar o tipo de dificuldades de leitura que algumas crianças apresentam, verificamos que a hipótese fonológica não explica a existência da dislexia com ausência de problemas nas competências fonológicas e com fraco desempenho na leitura. Partindo deste pressuposto, vários autores começaram a defender a hipótese do duplo défice, em que a velocidade de nomeação apareceria como um défice independente na explicação da dislexia.
No capítulo 6 do Livro “DISLEXIA – Teoria, Avaliação e Intervenção”, Octávio Moura, Marcelino Pereira, Mário R. Simões, 2018, editora Pactor, encontramos muita informação sobre a hipótese do duplo défice, no âmbito de uma investigação internacional , que contou com universidades portuguesas.
O mesmo artigo refere que a hipótese do duplo défice (HDD) assenta, sobretudo, em quatro pressupostos essenciais:
Foram realizados dois estudos em Portugal por Araújo e colaboradores (2010) e Moura e colaboradores (2018) e, tal como o observado na literatura internacional, os resultados dos estudos não são totalmente convergentes. A uniformização da metodologia é essencial para uma melhor compreensão da hipótese do duplo défice.
Apesar da consciência fonológica permanecer como o preditor mais importante da precisão e da fluência da leitura, a sua contribuição decresce de forma significativa à medida que a escolaridade aumenta (i.e., no 4º ano de escolaridade) permitindo que outras variáveis revelem de forma mais clara o seu contributo para a leitura. Assim, a nomeação rápida do vocabulário, tendo um peso negligenciável no 2º ano de escolaridade, começa a ganhar um papel progressivamente mais relevante para a fluência da leitura a partir do 3º ano de escolaridade (Faísca et al., 2017).
Hipótese do défice visual – hipótese magnocelular
Esta hipótese reporta-se a problemas que podem afetar o processamento visual da informação, o que explicaria alguns sintomas de inversão e de confusão das letras e das palavras. Não rejeitam a possibilidade de outros problemas associados, tais como um défice fonológico.
Há evidências contraditórias que não explicam, de forma satisfatória, todas as manifestações da dislexia (Sprenger – Charolles & Colé, 2003).
Hipótese do défice do processamento auditivo
No âmbito desta perspetiva, a origem do défice fonológico advém desta perturbação do processamento auditivo da linguagem falada.
Não há suporte empírico suficiente que defenda que este défice seja a causa dos problemas de leitura (Vellutino & Flercher, 2007).
Hipótese cerebelar
A hipótese de um défice no funcionamento do cerebelo surge na sequência de diversas referências a problemas de coordenação motora e de equilíbrio, presentes em crianças com dislexia (Lewinson, 1980). Esta hipótese explicativa baseia-se também em estudos, com recurso à neuroimagem, que permitiram identificar uma redução de atividade do cerebelo, em tarefas motoras, fonológicas e de leitura em pessoas com dislexia (Bugalho, et al., 2006; Levinson, 1980; Nicolson & Fawcett, 1999).
Também esta hipótese carece de sustentação empírica e há necessidade de estudos mais alargados.
Hipótese do défice de automatização
Esta teoria mostra que as crianças com dislexia demoram mais tempo para assimilar e reter uma nova informação, ou seja, necessitam de mais tempo para aprenderem, verificando-se uma relação entre tarefas de nomeação rápida (RAN) e problemas de leitura.
Em estudos realizados por Nicolson & Fawcett (2005), verificou-se que as crianças com dislexia não automatizam do mesmo modo competênciais essenciais, tendo de realizar mais esforço de concentração para atingir níveis de desempenho idênticos às outras crianças sem dislexia.
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