Um blog sobre dislexia e outras dificuldades de aprendizagem

Dicas para a adaptação de testes – dislexia

Citando a Ex.ma Sra Dra Rita Simas Bonança, dirigente do Polo da DISLEX nos Açores e também uma das responsáveis pelo projeto que originou a obra Referencial de Boas Práticas, não basta colocar negritos no processo de adaptação de testes. Não basta mudar o tipo e tamanho de letra para dizer que o teste foi adaptado. Chega-nos situações, nos dias de hoje, flagrantes que revelam falta de conhecimento científico.

Citando, ainda, a mesma, os testes adaptados implicam alterações na tipologia dos exercícios (perguntas diretas, respostas curtas); legendar imagens com suporte a uma lista de palavras; exercícios de correspondência; questões de V (verdadeiro) ou F (falso); textos mais curtos; as questões de escolha múltipla, em alguns alunos com dislexia, pode não ser a melhor opção.

O Decreto-Lei n.o 54/2018, de 6 de julho, que estabelece o regime jurídico da educação inclusiva, permite que qualquer aluno, em determinada altura do seu percurso académico, usufrua de medidas específicas, designadas por medidas universais, isto é de acomodações curriculares (artigo 8o, alínea b).

De acordo com a alínea a) do artigo 2o do Decreto-Lei n.o 54/2018, de 6 de julho, entende-se por acomodações curriculares, as medidas de gestão curricular que permitem o acesso ao currículo e às atividades de aprendizagem na sala de aula através da diversificação e da combinação adequada de vários métodos e estratégias de ensino, da utilização de diferentes modalidades e instrumentos de avaliação, da adaptação de materiais e recursos educativos e da remoção de barreiras na organização do espaço e do equipamento, planeadas para responder aos diferentes estilos de aprendizagem de cada aluno, promovendo o sucesso educativo.

As referidas acomodações curriculares podem ser:

• Uso de pistas visuais;
• Uso de dicionários;
• Lembretes de regras;
• Uso de exemplos da vida real;
Tempo disponibilizado;
• Uso da tecnologia (como é o caso da C-Pen ExamReader);
• Uso de um quadro com vocabulário;
• Leituras curtas;
• Técnicas de avaliação variadas: escolha múltipla, respostas curtas, preenchimento de espaços em branco, correspondência, etc;

• Uso frequente de questionários curtos;
Permissão de pausas durante um teste;
• Realização de testes sem limite de tempo;
• Realizar testes com consulta do livro;
• Realizar o teste em sala à parte.

Portanto, as perguntas devem ser curtas objetivas e quando não for possível fazer perguntas curtas e objetivas devem assinalar-se as palavras-chave da questão, de maneira a que a criança possa entender o que é solicitado.
As perguntas relativas a um determinado texto devem fazer referência ao intervalo de linhas onde a informação se encontra no próprio texto.
Sempre que existam imagens as mesmas não devem ser confusas nem ambíguas e devem surgir à esquerda.
Sempre que possível devem associar imagens aos conceitos que possam ajudar a estruturar a resposta.

C-Pen Examreader

As questões ou os exercícios não devem ser separados de uma página para outra, devendo existir uma sequência lógica na apresentação dos mesmos.
Os testes devem ser apresentados só frente e não frente e verso.
Nas produções textuais podem ser disponibilizadas listas de palavras para serem utilizadas.
Devem ser dadas definições das palavras que possam estar fora do campo lexical da criança, aumentando o vocabulário da mesma.

Fonte: Para uma Educação Inclusiva – Manual de Apoio à Prática

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