Um blog sobre dislexia e outras dificuldades de aprendizagem
Tivemos o prazer de conversar com a autora do livro “O Mundo de uma Disléxica“, Maria Ana Cunha. Vamos conhecer um pouco da sua história, das dificuldades à superação, passo a passo.
“Eu sei que neste mundo sou apenas uma pequena peça de puzzle, mas um sonho meu é conseguir unir o maior número de peças para criar ligações entre as pessoas (ditas como normais) com as pessoas com dificuldades de aprendizagem (como é o nosso caso, dos disléxicos). Assim ajudamos e aprendemos uns com os outros. Um puzzle só é completo porque existem várias peças diferentes que se complementam umas às outras.” – Maria Ana Cunha
Eu descobri que tinha dislexia por volta dos meus 6/7 anos de idade.
Já quando tinha 4 anos apresentava alguns sinais (como má coordenação, falava muito rapidamente e não pronunciava bem as palavras, não conseguia recordar várias lengalengas).
Quando chegou a altura do 1ºano, tinha muitas dificuldades a ler em relação aos meus colegas. A minha professora do 1ºCiclo falou com a minha mãe para ir a um psicólogo e aí foi diagnosticada a dislexia.
Eu para ser sincera, não me lembro muito bem o que senti quando descobri que tinha dislexia..
As minhas principais dificuldades eram mais especificamente na parte da leitura, da escrita, da coordenação, da lateralidade.
Atualmente as minhas principais dificuldades são: ainda não escrever alguns conetores de frases (isto é, os “de”, “os”, “que”, “por”…), ainda tenho bastante dificuldades na orientação espacial.
Para além das inúmeras estratégias que mencionas no livro O Mundo de uma Disléxica… sobre o qual falaremos posteriormente…
Para fixar as matérias recorro a mnemónicas (algumas são referidas no livro), associando os temas ou conceitos à vida do quotidiano.
Para a leitura e escrita uma das estratégias que eu mais usava era o jogo do STOP (aumenta o vocabulário).
Ainda para ajudar na leitura, lia em voz alta e cada palavra que não entendesse perguntava o seu significado e repetia-a.
Para pronunciar melhor as palavras difíceis treinava diversas lengalengas e trava-línguas.
Por vezes, antes das pessoas saberem da minha dificuldade especifica, pensavam que eu estava distraída ou que era preguiçosa. Isto fazia-me sentir irritada e incompreendida.
Por vezes.
Ao longo do meu percurso houve muitas pessoas que me influenciaram: a minha família, amigos, professores, educadores, terapeutas.
Todos me deram apoio e ânimo para continuar este percurso.
Felizmente, tive o apoio muitas pessoas (desde pessoas especializadas na área até a familiares e amigos):
Eu neste momento tenho o apoio familiar e de amigos.
Acredite no potencial do seu filho, nunca o rebaixe e apoie sempre nas suas vitórias assim como nas suas derrotas. Tudo a seu tempo, lembre-se sempre da história da “Lebre e da Tartaruga”. Procure também a ajuda de pessoas especializadas para o seu filho.
Para além dos inúmeros conselhos que dou no livro “O Mundo de uma Disléxica“… Não duvides das tuas capacidades! A dislexia não é um bicho de 7 cabeças!
A dislexia é tua caraterística especial e o teu superpoder! Apesar de, por vezes, te revoltares contra ela, também te dá dons especiais: criatividade, empatia, inovação, resiliência!
A ideia do livro surgiu num congresso sobre a dislexia. Houve um momento de testemunhos de pessoas com esta caraterística e eu senti-me identificada. Nessa altura pensei: porque não escrever um livro de autoajuda para pessoas com dislexia?
A dislexia tem influenciado muito a minha vida. Tem sido uma grande aventura superar as minhas dificuldades e descobri as minhas capacidades.
Tem influenciado tanto o meu percurso que até quero dedicar-me a fazer algo relacionado com a ajuda às crianças/jovens com dificuldades de aprendizagem.
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