Todos temos crenças. De acordo com James Lawley, as crenças dão consistência às nossas vidas.
As crenças podem ser consideradas ilusões úteis, na medida em que nos capacitam a gerir o dia-a-dia, não se tratando, portanto, de um problema. O problema, e o que as poderá tornar limitantes (às crenças), poderá ser a nossa relação com elas.
Acreditar numa coisa é dar-lhe energia, é dar-lhe poder. Se tivermos consciência daquilo em que acreditamos sabemos àquilo a que damos poder. No entanto, se não tivermos essa consciência, não teremos noção do impacto que pode ter nas nossas vidas.
Posto isso, é muito importante que os familiares, e que os educadores/professores, saibam quais são as ideias que reforçam, uma vez que as suas crenças, os seus pressupostos, poderão não ser as do outro, ou poderão influenciar o outro, neste caso, o aluno. As crenças e os valores estão na base dos comportamentos que poderão, ou não, coincidir com os do outro. Daí, a importância de distinguir aquilo que são factos daquilo que são crenças.
Segundo H. A. Hodges, a crença é um ato moral pelo qual o crente deve ser responsável. Mas, como pode alguém ser responsável por aquilo de que não tem consciência?
É uma crença que só tem valor porque acreditamos nela.
Estudos ligados à neuropsicologia mostram que esta mensagem vai condicionar o modo como vemos o mundo e a nossa relação com a aprendizagem. Vai ter influência no nosso comportamento e, consequentemente, na nossa realidade.
Se acreditarmos que é necessário sofrer para aprender, há fortes hipóteses de acreditarem que as aprendizagens serão longas e difíceis.
Temos o exemplo do “efeito Pigmalião”, que nos mostra que os resultados de um aluno estão diretamente ligados àquilo que o adulto espera dele e da atenção que lhe vai dedicar.
Será assim tão importanteas crianças aprenderem muito cedo a sofrer, provocando-lhes stress e uma perda da autoestima, que as irá fragilizar?
Pelo contrário, para as preparar a enfrentarem os desafios mais difíceis, é importante terem ferramentas e uma forte autoestima, em relação às suas competências, para se tornarem adultos competentes e responsáveis pelo seu bem-estar.
É uma crença que tanto pode ser positiva “Na nossa família, somos todos bons a matemática”, ou negativa “Na nossa família, somos uma nulidade no desporto”.
Mesmo que a crença seja positiva, é bastante limitativa porque poderá afastar-se/demarcar-se muito pouco do grupo familiar. Tornar-se-á uma obrigação que poderá levar à culpabilização, caso não haja sucesso. Desta forma, não há oportunidade à emergência dos seus próprios talentos nem oportunidade de evoluir noutras áreas.
Encontramos muitas crianças, adolescentes e até mesmo adultos que funcionam de determinada forma quando lhes é colocada uma questão em que a resposta não é imediata. Assim que se lhes coloca a questão há uma resposta imediata “Não sei”.
É um automatismo adquirido e é o resultado da obrigação do sucesso imediato. É uma resposta que se carateriza pelo medo de se enganarem. A criança não suporta o tempo de suspensão (entre o “não sei” e o “já sei”) que lhe provoca uma frustração que, felizmente vai aprendendo a suportar/controlar à medida que vai crescendo.
Se estamos formatados para aquilo que somos bons ou menos bons, não faremos nada para melhorar o nosso desempenho.
Podemos falar em estratégias de evitamento que nos permitem racionalizar da dor de não conseguir. Todos, de uma forma geral, gostamos do que conseguimos mais facilmente e temos muita dificuldade em gostar das matérias nas quais não conseguimos ter sucesso.
Misturar várias atividades ao mesmo tempo é um fenómeno ligado ao desenvolvimento das novas tecnologias, ao qual, quase toda a gente parece ter aderido.
É comum ver crianças e sobretudo adolescentes, fazerem os deveres e estarem a navegar no Facebook, a enviar SMS e, ao mesmo tempo a ouvir música.
Earl Miller (2009), especialista em neurologia, no Massachusetts Institute of Technology, demonstrou, através das suas pesquisas sobre o cérebro humano, a incapacidade de gerir eficazmente várias coisas ao mesmo tempo. Várias tarefas exigem ao cérebro mais esforço do que uma de cada vez.
Para algumas crianças, esta prática poderá levá-las ao insucesso escolar/ dificuldades de aprendizagem. Fazer várias tarefas ao mesmo tempo desenvolve a flexibilidade e treina o cérebro, o que é bom para determinadas tarefas, no entanto, é um entrave ao desenvolvimento da perseverança, ou seja, de começar uma tarefa e de a levar até ao fim. A perseverança é um dos pilares essenciais da aprendizagem. Devemos sempre acabar o que começamos.
Algumas crianças e alguns adultos sentem a necessidade de ouvir música ou ter a televisão ligada, como ruído de fundo, que lhes permite uma maior concentração numa determinada tarefa. Se essa tarefa não estiver ligada à memorização, o barulho de fundo não exige ao cérebro um tratamento em particular, tudo poderá ser executado. Contudo, quando os exercícios ou as tarefas exigem memorização, deve ser evitado.
Podemos até falar de músicas de compositores célebres que favorecem determinadas tarefas que exigem a concentração, podemos ouvir Johann Sebastian Bach ou se a tarefa exigir criatividade, Wolfgang Amadeus Mozart.
Crenças sobre a falta de memória são muito frequentes, tanto em jovens como em adultos.
A maioria das pessoas desconhece o funcionamento do processo de memorização e dá essas crenças limitadoras. A não ser que haja alguma perturbação significativa com lesões irreversíveis, caso contrário cada um de nós pode mobilizar a memória e até mesmo desenvolvê-la além do esperado.
Muitas crianças com dislexia que, com frequência, têm dificuldades na memória de trabalho, podem ser reeducadas nessa área.
Muitas vezes damos connosco a pensar que umas coisas conseguimos memorizar e outras ocasiões, não. O que poderá ter mudado?
Com efeito, o processo de memorização depende de vários fatores:
Quando alguém detesta uma disciplina, há pouca motivação para aprender por falta de interesse. Se o objetivo for tirar boa nota no teste, aí já existe uma motivação e esforça-se.
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