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A Utilização da Internet pelas Crianças: Benefícios, Perigos e a Idade Ideal

A internet tornou-se uma ferramenta indispensável na vida moderna, oferecendo um vasto leque de informações, entretenimento e oportunidades de aprendizagem. Contudo, quando se trata de crianças, é essencial adoptar uma abordagem cautelosa e informada. Neste artigo, analisamos os benefícios e perigos da utilização da internet pelas crianças e exploramos qual é a idade ideal para que comecem a usar esta tecnologia.

Benefícios da Internet para as Crianças

  • Acesso ao Conhecimento:
    A internet permite o acesso a uma quantidade quase ilimitada de conteúdos educativos, vídeos explicativos e materiais didácticos, complementando o ensino tradicional.

  • Desenvolvimento de Competências Digitais:
    Aprender a navegar na internet desde cedo prepara as crianças para o futuro, ajudando-as a adquirir competências essenciais no mundo digital.

  • Estimulação da Criatividade e Colaboração:
    Aplicações e jogos educativos, plataformas de arte ou até projectos colaborativos online podem estimular a criatividade e a interacção social.

Os Perigos da Internet para as Crianças

Apesar das suas vantagens, a internet apresenta riscos consideráveis, especialmente para crianças que ainda não têm maturidade suficiente para lidar com certos conteúdos ou situações. Entre os principais perigos estão:

  1. Exposição a Conteúdo Inadequado:
    É possível que as crianças acedam, inadvertidamente, a conteúdos impróprios, como violência, pornografia ou informações enganosas.

  2. Ciberbullying:
    Redes sociais e jogos online podem ser palco de assédio virtual, com impacto negativo na saúde mental e emocional das crianças.

  3. Riscos para a Privacidade:
    As crianças podem, sem intenção, partilhar dados pessoais que as tornam vulneráveis a esquemas de fraude ou a contactos mal-intencionados.

  4. Dependência e Problemas de Saúde:
    O uso excessivo da internet pode levar ao isolamento social, dificuldades de concentração, sedentarismo e problemas de sono.

Qual é a Idade Ideal para as Crianças Usarem a Internet?

Embora não exista uma resposta universal, várias organizações de saúde e especialistas em educação sugerem as seguintes orientações:

  1. Antes dos 2 Anos:
    O uso de ecrãs deve ser evitado, salvo para videochamadas com familiares. Nesta fase, o cérebro da criança está em rápido desenvolvimento e o contacto com a tecnologia pode ser prejudicial.

  2. Dos 2 aos 5 Anos:
    A introdução da tecnologia deve ser limitada e supervisionada. Aplicações educativas podem ser utilizadas, mas por um período máximo de uma hora diária.

  3. Dos 6 aos 12 Anos:
    As crianças podem usar a internet para actividades educativas e recreativas, sempre sob supervisão parental. Nesta fase, é crucial ensinar sobre segurança online.

  4. A Partir dos 13 Anos:
    A partir desta idade, as crianças podem começar a usar redes sociais, mas com regras bem definidas e um diálogo constante sobre os perigos e responsabilidades online.

Dicas para Pais e Cuidadores

  • Use Ferramentas de Controlo Parental:
    Existem várias aplicações e configurações que ajudam a limitar o acesso a conteúdos impróprios e a monitorizar a actividade online.

  • Ensine sobre Segurança na Internet:
    Explique às crianças os perigos de partilhar informações pessoais e incentive-as a comunicar qualquer situação desconfortável.

  • Defina Limites de Tempo:
    Estabeleça horários claros para o uso da internet e promova um equilíbrio saudável com outras actividades.

  • Seja um Modelo a Seguir:
    Demonstre um uso responsável da tecnologia e incentive momentos offline em família.

Crescente Uso da Internet por Crianças e Jovens nos EUA: Preocupações e Soluções para os Pais

Num artigo publicado no The New York Times  lê-se que o aumento do tempo que crianças e adolescentes passam a utilizar ecrãs e redes sociais nos Estados Unidos tem gerado preocupações significativas, especialmente após o impacto da pandemia. Este relatório analisa os principais dados, os riscos associados e apresenta estratégias que os pais podem adotar para ajudar os seus filhos a usarem a tecnologia de forma mais saudável e consciente.


Principais Conclusões:

  1. Aumento no Tempo de Ecrã:

    • Entre as crianças dos 8 aos 12 anos, o tempo diário de ecrã aumentou para 5 horas e 33 minutos (antes era 4 horas e 44 minutos).
    • Os adolescentes (13-18 anos) registaram uma subida para 8 horas e 39 minutos por dia, face às 7 horas e 22 minutos anteriores.                         
  2. Uso de Redes Sociais por Crianças:

    • Cerca de 38% das crianças entre os 8 e os 12 anos usam redes sociais, apesar de estas plataformas exigirem que os utilizadores tenham pelo menos 13 anos.
    • Muitas destas crianças são expostas a conteúdos inapropriados e a desafios emocionais associados à comparação social.
  3. Desigualdades Demográficas:

    • O aumento no uso de ecrãs foi mais acentuado entre crianças de famílias com baixos rendimentos e comunidades minoritárias, devido ao impacto desproporcional da pandemia nessas populações.
  4. Atividades Mais Comuns:

    • Os adolescentes passam mais de 3 horas por dia a assistir vídeos ou televisão e cerca de 2 horas a jogar, enquanto apenas 20 minutos são dedicados a videochamadas com amigos.
  5. Riscos Associados ao Conteúdo:

    • As crianças podem ser expostas a desinformação, pornografia, imagens perturbadoras ou conteúdos que promovem comportamentos prejudiciais em plataformas como YouTube, TikTok ou Roblox.
    • Os algoritmos destas plataformas podem levar a um consumo de conteúdos cada vez mais extremos ou irreais.

Preocupações dos Especialistas:

  1. Impactos Negativos do Tempo de Ecrã Excessivo:

    • Pode substituir atividades importantes como o sono, tempo em família, leitura, atividades físicas e tarefas domésticas.
  2. Complexidades Sociais nas Redes:

    • As comparações sociais e a exclusão (como ver eventos em que não foram incluídos) podem afetar negativamente a saúde mental e emocional das crianças.
  3. Desafios na Gestão de Conteúdo:

    • Crianças mais novas não têm maturidade para lidar com a avalanche de informação e, muitas vezes, não conseguem distinguir o que é real do que é falso.

Recomendações para Pais:

  1. Promover a Consciencialização:

    • Incentivar os filhos a monitorizarem o tempo que passam em ecrãs e a refletirem sobre as suas escolhas de atividades.
  2. Equilibrar com Alternativas Offline:

    • Criar uma lista de atividades que os filhos gostariam de experimentar sem ecrãs e reservar períodos regulares para concretizar essas ideias.
  3. Estabelecer Regras Claras:

    • Definir horários específicos para o uso de dispositivos e limitar o tipo de conteúdo que as crianças podem consumir, especialmente nas redes sociais.
  4. Acompanhar o Uso de Ecrãs:

    • Supervisione as atividades das crianças mais novas em plataformas abertas, como o YouTube, e privilegie aplicações com maior controlo parental, como Netflix ou Disney+.
  5. Fomentar o Diálogo:

    • Converse regularmente com os seus filhos sobre o que estão a ver, os influencers que seguem e como se sentem ao usar as redes sociais.
    • Explique a importância da privacidade e os perigos de partilhar demasiada informação pessoal online.
  6. Partilhar Experiências Digitais:

    • Sempre que possível, utilize a tecnologia com os seus filhos, aproveitando para transmitir valores e discutir temas relevantes.
  7. Praticar Pausas Tecnológicas:

    • Experimente desafios como um “dia sem ecrãs” e incentive os filhos a explorar atividades que não envolvam dispositivos digitais.

Conclusão

A internet pode ser uma ferramenta valiosa no desenvolvimento das crianças, desde que seja utilizada de forma consciente e responsável. Com supervisão, limites bem definidos e uma comunicação aberta, é possível minimizar os riscos e maximizar os benefícios. Assim, as crianças poderão crescer num ambiente digital seguro e enriquecedor, desenvolvendo competências que as prepararão para o futuro.

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